quarta-feira, 15 de julho de 2009

End

mtas coisas ficaram por contar, por preguiça e derivado ao facto támbeim.
revendo o Contacto: a passagem pela Russia leva o premio de experiencia mais valiosa, guardo comigo o carinho do povo e a vivencia com uma cultura impar. Nem sempre foi facil encarar as temperaturas negativas, as deficientes condicoes de vida, as complicacões russas, mas no fundo foi isso que fez com que aqueles meses fossem tao diferentes, e' um pais especial.
A Rep Checa foi o periodo menos entusiasmante, mesmo assim valeu pelas viagens ao fds.
Gostei muito da Holanda, gostei as pessoas super civilizadas e de bem com a vida, um pais com condicoes de vida super, as cidades holandesas sao muito parecidas entre si com os canais, parques, mercados de rua, lojas e bares com muito gosto. Um pais de primeirissimo mundo. Gostei, prantus!
Beijos muitos para a Joana que visitou-me 6 vezes (!!!!) e apoiou-me sempre, foi incansavel. beijos.
beijos para a familia, para os leitores do blogue tambem.
Ate sabado!
A viagem acabou, o viajante continua, uma viagem so acaba para outra começar...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

o meu Michael


escrevo de olhos embaciados,
meu idolo desde que me lembro, desde muito cedo, desde sempre. Eu cresci com ele.
É o meu numero um, é o numero um. Não houve igual na história da musica, da dança, do espetaculo. A sua genialidade é inantigivel, ele pertence a outra dimensão. Maior artista de todos os tempos.
Serve-me de consolo ter estado em alvalade com 10 anos, com o bilhete que guardo religiosamente, serve de consolo ter vivido na sua era.
Parou o coração do Rei. Partiu sem se despedir. A lenda nunca morrera'.

Echarpe

gostava de ir preparado para o que vou apanhar em Portugal daqui a 3 semanas.
tenho particular interesse em saber se vou apanhar pessoas do sexo masculino de esharpe.
alguem me pode informar se essa moda (rrredicula) já passou?
obrigado!

sábado, 20 de junho de 2009

casados de fresco

muitas felicidades para o casal costa montana. pena minha não poder estar aí.

bêbados

já tinha dito que na rep checa havia muitos bebados?

Bicicletas

estou na holanda. e ainda bem, já estava farto da r. checa, não é que estivesse mal mas já estava tudo visto e andava sozinhito por lá, valeram as visitas da ju, do fuckerol e dos papis, só mimo.
a holanda seduz-me, os bairros com as casas todas iguais em tijolo escuro com um pequeno pátio, a funcionalidade dos transportes, a organização levada ao limite (para mim excede um pouco), a simpatia e humor dos holandeses, a multiculturalidade, os parques urbanos, os pastos de vacas, a qualidade e condições de vida sem diferenças sociais, a aceitação da excentricidade, a vanguarda da arquitectura, das politicas e da mentalidade, e as bicicletas. Aqui as bicicletas reinam, as cidades são feitas a pensar nas bicicletas em primeiro lugar e a adesão a este transporte é esmagadora. As pessoas usam a bicicleta par ir para o trabalho, os pais para passear os bébés, os estudantes para ir a ecola, usam-na para praticar desporto, para ir às compras. O tráfego aqui é de bicicletas, não admira que não se vejam pessoas gordas. De carro só andam os turcos, de janela aberta e a musica a bombar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Visão Contacto - Aculturação

Todos os contacteantes têm de escrever um artigo para a revista Visão Contacto, a mim calhou o tema aculturação. Fiquem com o texto,

Filho adoptivo da mãe Russia.
Desde que me lembro de olhar o mapa do mundo, a Rússia, além de o dominar, sempre me transmitiu um silêncio profundo e uma certa sensação de medo. Na minha cabeça, a imagem de uma Rússia formada através dos média, um monstro de guerras, crispações politicas, uma democracia pouco livre, a máfia, mendigos na rua, milionários a jogarem dinheiro fora, ou o retrato dos filmes do James Bond com agentes maléficos do KGB, bandidos impiedosos, mulheres vorazes, guarda-costas durões, cientistas chanfrados…
A minha inquietação começou ainda em Portugal, à minha espera um cenário destes e um alfabeto muito diferente do que havia aprendido em cadernos de duas linhas. Fácil, foi só mesmo perspectivar o quão penosa iria ser a minha adaptação, tão penosa como o longo, demasiado longo e castigador inverno russo.
Ainda antes de partir, lembro-me de ter publicado no facebook, “Rússia, I am hot enough to melt your snow!”. Ao aterrar na imponente Moscovo, cedo me apercebi que este «chegar, ver e vencer» romano não era adequado a um país de cultura tão abastada, personalidade tão vincada e a uma história de perder a memória. Humildemente arrefeci o temperamento, enfiei a carapuça e aprendi a caminhar nas manhas do solo gelado.
Esta foi a minha forma de sobreviver na Rússia, adaptando-me, aceitando as diferenças, tentando percebê-los, mas nunca afogando a minha personalidade. Afinal, o meu temperamento nunca baixou dos 0ºC, a carapuça era apenas um gorro para me aquecer e a caminhada tinha ginga de portuga. Também era assim que eles me aceitavam, na diferença e no respeito, sendo que a nossa relação foi muito além do mútuo respeito, houve empatia, amizade, afeição, e nisso teve muita culpa a curiosidade russa.
Em Novomoskovsk onde eu morava, a 300kms de Moscovo, numa Rússia pobre e profunda, os portugueses eram o tema de conversa da aldeia, um estrangeiro era coisa rara naquelas bandas, eu sentia-me observado mas sem hostilidade, para eles eu era uma boa fonte de informação sobre o exterior, abordavam-me e aproveitavam para fazer perguntas, muitas perguntas de Portugal e na conversa, entre gargalhadas e barreiras da língua, interessava-lhes também a minha opinião sobre a Rússia. A minha resposta era ponderada e ao encontro do que eles queriam ouvir, pois não há coisa pior, para este povo nacionalista, do que maltratar a própria pátria. O povo russo é muito emocional, de sentimentos extremados, e deles eu preferia o amor ao ódio.
Sentia que a evolução da minha integração esbarrava na comunicação, o inglês era capricho das gentes endinheiradas de Moscovo e de um ou outro iluminado. Foi então que me empenhei em aprender a língua de Tolstoi. Estudava à noite em casa e, no autocarro, à ida para a fábrica massacrava o paciente Alexander – o meu mestre russo improvisado que arranhava um inglês tosco. Ele não se importava com as aulas grátis, aliás, tinha aquele feitio russo sempre pronto a ajudar. À medida que o meu russo evoluía as coisas ficavam mais fáceis e as relações aprofundavam-se. Quando comecei a trocar um “Hi!” por um “Priviet!”, eles apreciaram a dedicação, e quando comecei a construir frases e até pequenas conversas, era como se me abrissem os braços da adopção. No ginásio, aqueles que, ao princípio, me pareciam bestas de coração de aço, quando comecei a soltar vocábulos em russo, desfaziam-se em simpatia, e essa é uma característica bem russa, por detrás de uma expressão rígida e fria está um carácter humano e caloroso.
Aos poucos, os meus fantasmas dissipavam-se e eram substituídos por experiências gratificantes. Só mesmo a pasmaceira própria de uma vila (que parece aldeia) e o clima se armavam em desmancha-prazeres e testavam a minha resistência. O antídoto contra a pasmaceira era os fins-de-semana, quase sempre, passados em Moscovo, autênticas lufadas do progresso europeu.
Agora estou na República Checa e daqui a uma semana vou para a Holanda, aos poucos sinto-me a ir para casa, porém, com mais bagagem para compreender as pessoas e o mundo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Portugal

Isto de estar longe obriga-me inconscientemente a estabelecer constantemente comparações com Portugal: Em Portugal não é assim, em Portugal é isto, em Portugal não há isto, lá temos isto que cá não há, os Portugueses são mais coiso...
E isto de estar longe e viver numa realidade diferente proporciona-nos uma outra visão sobre o nosso país, que não teriamos de maneira tão clara se estivessemos envolvidos no quotidiano portugês, é como subir ao 2º andar e ver lá de cima as coisas a passarem-se.
Um destes dias, dei por mim a reflectir sobre um monte de coisas que poderiam ser melhoradas em Portugal, e anotei-as por pontos que vou transcrever:
-Devia explorar exponecialmente mais o turismo, projectá-lo mais e mais. Só a Madeira e o Algarve têm notoriedade lá fora. E quando passeio por cidades europeias turisticamente sobre-exploradas e as comparo com Portugal, por vezes apetece-me puxar pela camisola a esses turistas e sugerir "devias ir a Ptgal, Lisboa, Porto, Sintra, Costa Vicentina, Algarve, Açores, etc... ias dar o teu tempo por bem entregue, não tem a beleza clássica da europa central, mas tem o clima, as praias, as paisagens, a comida, o estilo de vida, o bairrismo, a simpatia. Vai lá e depois diz."
-Queixamo-nos por tudo e por nada. Não temos tudo, mas temos tanta coisa, deviamos deixar o provincionalismo de país pequenos e apreciar.
-Organização. é coisa que não sabemos sequer o que é, quanto mais aplica-la. tem piada o jeitinho latino, o desenrascanso, mas em cima duma estrutura organizada e não como base.
-Esperamos que o estado resolva tudo e nao participamos, não há responsabilidade civil.
-Transportes publicos. Venham eles!
-No trabalho, o que importa é a quantidade de horas que está no escritório, "Trabalha muito, ficou até às 21h". Nao importa qtas pausas para cigarro e café fez. Na Europa Central e do Norte é sinonimo de incompetencia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Bolo de mel

Para mim, este é o exlibris gastronómico checo, um delicioso bolo de mel e nozes de nome Marlenka.
Tudo o mais é o que já se conhece por estas bandas da Europa Central, porco e molhos de banha, blhéc!
Ups! A receita é americana.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Holaaaanda, ao que parece.

Ao que parece, mais uma manobra ao estilo Logoplaste colocou-me na rota da Holanda. Cancelou-se Kiev na Ucrania, cancelou-se uma possivel ida para Roma, cancelou-se o prolongamento do estagio na R.Checa e dia 15 de Junho vou para a Holanda, até final do estagio. Vou... ao que parece, nao me canso de dizer, porque até lá há vida e há pensantes com o poder de jogar o meu destino em qualquer outro lugar, desde que seja territorio Logoplastiano e nao requeira visto de trabalho, basta alguem se lembrar (quase). Mas estou contente.
Elst, é para onde vou, fica a cerca de 100kms de Amsterdao e de Roterdao, e pouco mais sei.
Elst
Vou para a fabrica da Heinz, trabalhar no meio de ketchup que eu quase que vomito de passar por ele numa estante de supermercado, Sao esquisitices de fundamentalista da alimentacao, é a minha religiao.
Vou poder passear-me em Amsterdao, Roterdao, ver os campos de tulipas se ainda for tempo delas, e se o AICEP me permitisse ainda ia a Bruxelas ou Dusseldorf, a uns miseros 200kms em comboio de alta velocidade, Mas eles nao permitem, entao, quando chegar a altura, conto a historia de um amigo meu que la foi.

Esse meu amigo enquanto eu estive aqui em Olomouc aproveitou os fins-de-semana como pode, tirando partido da muito conveniente localizacao da R. Checa e foi a Viena, Krakovia e Paris, ao que parece, divertiu-se imenso.
Este fds tenho Ju Maria comigo e vamos namoirar a Cesky Krumlov, uma especie de Salzburgo checo, uma vila de castelos e palacios. tres romantique. A Cesky eu posso ir porque fica dentro das fronteiras checas, Como se isso ainda existisse. Schengen, aicep, Schengen!!!

Cesky Krumlov

quarta-feira, 13 de maio de 2009

@rroba

O tema não é profundo e, talvez, nem mereça debruço. Mas também porque não? É grátis e não polui.

@
Porque é que cada país tem a sua conjugacao de teclas para se obter o @rroba?
É irritante chegarmos a um país, sentarmo-nos diante de um PC e quando vamos aceder ao nosso mail, pimbas, onde está o arroba? Tentamos mil e uma maneiras até que desesperamos e perguntamos a um local sabedor desse segredo nacional que é o arroba.
Eu sei que nao é um drama, mas carambas, na UE temos uma moeda única, o mesmo alfabeto, um mercado único, políticas agrícola, de pescas, comercial e de transportes comuns... mas o simbolo arroba nao, tem que ter nacao, é como o folclore, a pizza, a siesta, a salsicha, o samba.

Já aconselhava o Bruno Aleixo: Cautela, nao emprestes o teu computador a nenhum estudante Erasmu, nao vá ele mudar a configuracao do teclado e depois nao consegues escrever o arroba.

Nhec!

muito se cospe para o chao neste país.
Manuel, Joaquim, estais perdoados.

Maluquinhos

Transeuntes num domingo à tarde

Moços da Coreia "Free Hugs"

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Agora e´Olomouc

Creio ser melhor situar os leitores que possam, a dado momento, ter desligado o GPS Czar Camponov e já estarem desorientados quanto ao meu paradeiro.
Nas primeiras 9 semanas de Contacto a minha base foi Novomoskovsk-Russia, de onde fugi quatro fins-de-semana para Moscovo, um para Tula e um para St Petersburgo. Dos fins-de-semana fora haveria paginas e paginas para escrever, da vida em Novomoskovsk poderia dar ferias à caneta e poupar a tinta para a 6ta-feira seguinte.
A 17 de Abril voei para a Republica Checa, onde passei cinco deliciosos e merecidos dias em Praga na companhia da Joana, do Passarão (alcunha que baptizei o meu flat-mate, é historia para um outro post) e do Sol. Que saudades da Joana e do Sol…O João parece outro na companhia destes dois, salta, dança, canta… voltei a ser eu, igual a mim próprio, depois de me disfarçar um pouco de sério numa Rússia de ambiente meio pró-tenso. Hei-de voltar a falar da Rússia e explicarei isto melhor, fica a promessa.
Cinco dias volvidos viemos os mesmos quatro, eu, a Joana, o Passarão e o Sol para Olomouc, que será o meu poiso até final de Maio, altura de ir acabar o estágio a Kiev.
Olomouc é uma cidade pequena, 100 mil habitantes, estudantada e alguns turistas, com um centro histórico bonitinho e vários bares e cafés com agradáveis esplanadas. É tudo muito perto e dá para nos deslocarmos a pé dada a proximidade dos lugares, mas também podemos optar pelo tram. Carro, quase não os há.
É um lugar pacato, onde as pessoas vivem fora de casa e aproveitam as pracinhas e os jardins, não é o sítio mais excitante do mundo, mas é simpático, eu gosto.
Gosto especialmente do meu estilo de vida, é uma vida com estilo :) Saio cedo para trabalhar- 7horas, já o dia nasceu faz tempo, vou a pé que leva uns bons 25 minutos ao passo da minha perna curta ou não mais que dez se for de tram, e volto às 15h com o dia inteiro pela frente. Na volta opto sempre por vir a pé a desfrutar do sol e da vida na rua. Por hábito, tomo o meu café americano acompanhado duma torta de gelatina com morangos no Café 87, o café da onda, que fica no caminho de minha casa para o centro. Depois passeio-me pelo centro e vou ao ginásio, mais uma vez a pé, passando pela plaza mayor e pelo meio de um jardim onde está um recem estreado complexo desportivo repleto de campos de futebol e de ténis. Ao fim do dia volto a casa, e que bem se está no meu apartamento, super stylish, simples e elegante… da janela do meu espacoso et de trés bon goût chambre delicio-me com a enorme catedral e seu jardim envolvente, que está logo ali, a dez passos, e´um quadro perfeito. O silêncio, a tranquilidade, a paz e´de fazer inveja ao céu, que por ciume mandatou o sacerdote para tocar o sino, só numa de cutucar, Toca de meia em meia hora, ao de leve.






sábado, 18 de abril de 2009

St Petersburg

Era o meu ultimo fim-de-semana na Russia e ainda nao tinha visitado a joia da coroa. No fds anterior, ja´ tinha havido uma tentativa mas complicacoes á russa frustaram a nossa ida a Peter. Eu tinha de la ir, desse por onde desse, nao ia haver outra oportunidade, e sair da Russia sem ir a Peter seria o anti-climax, entao desafiamos as leis russas e engendramos um itenerario louco que nos levou ´a desejada cidade.
Saimos 6ta-feira ao fim da tarde de Novomoskovsk, de autocarro, em direccao a Moscovo num percurso de 3horas, Fizemos a ligacao da estacao de bus ate a estacao ferrea em 45minutos, via metro, e finalmente a derradeira viagem de 9horas de comboio que nos fez chegar a Peter sabado pela manha.
A visita foi em versao concentrada, pois domingo ao fim da tarde ja estavamos a zarpar para Novomoskovk com cara de frete.
O saldo final foi um claro valeu a pena mas com um sentimento de soube a pouco.
Estendida ao longo do Rio Nevski, Peter ostenta toda a sua imponencia, ja foi capital deste imenso pais, ja foi baptizada de Petrogrado e Leningrado, e toda a cidade e´uma galeria de monumentos, palacios, museus e igrejas. Peter e´a cidade russa com mais estilo e mais liberal, e´ a cidade das artes, da cultura e a mais alternativa.










terça-feira, 31 de março de 2009

Moda Novomoskovskita

Em moda, a Russia e' um terreno fertilíssimo para tesourinhos deprimentes, tanto que um dos meus passatempos preferidos e' apreciar estas gentes tao dadas ao mau gosto no oficio de vestir e pentear.
Comecando por eles, ha' duas coisas que saltam 'a vista, podendo mesmo feri-la em caso de observacao continua ou desprevenida; sao elas os sapatos e o cabelo.
O sapato e' invariavelmente preto, comprido a dar a ideia que calcam todos de 50 para cima, afunilado e fechado, sem cordao. Depois ha' variantes conforme o gosto pessoal, com tacao, brilhante, com motivos, com fecho lateral, ponta bicuda ou cortada a la guilhotina, etc.
O cabelo geralmente e' liso e loiro (russo como se diz 'a boa maneira portuguesa) mas com um pormenor que o diferencia de todos os demais, a repa. A repa a cobrir a testa e' a marca do homem russo, e' o autenticado registado Made in Russia. Russo que e' russo pode ter o cabelo comprido, curto, rapado, com gel, risca ao meio, risca ao lado, puxado para tras ou ate careca, mas tem sempre repinha tipo cortina, ou incorre no risco de passar por outra nacionalidade.
No genero feminino realcam-se, quando ainda jovens, o cabelo muito oxigenado a tender para o branco, a bota ate ao joelho com tacao agulha de modo a conferir-lhes mais meio metro ao ja' metro e oitentas que Deus amavelmente lhes concedeu, e a maquilhagem em doses industriais, Elas maquilham-se como se as embalagens cosmeticas fossem de uso unico, empanturram a face ate 'a ultima particula e repetem a cerimonia religiosamente varias vezes ao dia, quer estejam no metro, no trabalho, no restaurante, nao importa onde estejam. As senhoras usam um traje comum, em idade adulta ja acumulam uns kilos a mais que o tapam com um casaco muito largo ate aos pes com gola de pelo e um chapeuzito de pala em couro, deixando apenas o rosto bolachudo de fora, Parecem a maior das matrioskas.

sábado, 28 de março de 2009

Resquícios de Chernobyl

Nao quero preocupar quem se preocupa comigo, mas a semana passada soube que Novomoskovsk foi uma das zonas da Russia mais afectadas pelo acidente nuclear de Chernobyl. O desastre que a Russia tentou esconder até que a radiação em altos niveis foi detectada noutros paises e Gorbachov, tardou mas, admitiu : "Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobyl. Ele afectou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle."
Ja passaram mais de 20 anos desde a maior catastrofe nuclear da historia mas ainda hoje as populacoes das areas envolvidas vivem com o pesadelo dos seus efeitos, que afectaram profundamente a economia, a politica, a vida social, o ambiente e a saude. O relatorio de 2006 das Nacoes Unidas relata um cenario muito menos negro do que ha´vinte ou dez anos atras, mas mesmo assim ainda nao e' tranquilizador. O Greenpeace que por varias vezes foca esta regiao, Tula, nas suas conclusões, contesta o relatorio e descreve um cenario bem menos verde e acusa-o de interesses suspeitos para esconder a realidade, ressalvando que alguns indices chegaram mesmo a piorar gravemente.
Comigo não têm que se preocupar, uma tão curta vivencia neste ambiente não oferece qualquer risco, desde que tenha alguns cuidados. Cautela! Não devo consumir leite fresco produzido nesta região, água canalizada pois o lençol de água está altamente contamindado e por isso também é conveniente cozinhar com água engarrafada e evitar comer peixe de lago e rio. O contacto da agua com a pele contem um risco reduzido ou quase nulo, ja' o simples acto de lavar os dentes ou uma peca de fruta deve impreterivelmente ser feito com agua engarrafada.
Aos que nasceram aqui e se resignaram a uma vida de mao dada com a radioactividade os problemas podem ser diversos, cancro da tiroide, lesoes por envenenamento, neoplasma maligno, doenças pulmonares e nos sistemas endocrino, digestivo, circulatorio, envelhecimento precoce (56 anos de esperanca media de vida para os homens), etc... em troca de uns dias de férias extra e beneficios fiscais.
Ao que parece, nesta regiao, ainda pior do que a radioactividade sao as emissoes da industria quimica, na qual eu trabalho!!!





segunda-feira, 16 de março de 2009

Lisboa-Moscovo: Operacao Lublu

Este post foi escrito, a meu pedido, por uma convidada especial, a Joana.

"Redescobrindo a Rússia…
A 1ª vez que visitei este país foi em pleno Verão russo…que a mim pareceu um Verão indonésio, tal era o calor e a humidade que se faziam sentir! Durante o curto Verão, os dias são intermináveis…o Sol nasce às 4h da manhã e põe-se à 23h...não chega a cair a noite negra…e a Lua vive 2 meses em céu partilhado com o seu amor impossível.
Apesar de muito marcante, não era a Rússia que imaginava encontrar…onde estavam os chapéus, os grandes casacos, as temperaturas negativas, a neve, os pinheiros salpicados de branco, o ambiente de tensão e guerra do épico Dr. Jivago? Essa era a imagem romanceada da Rússia que só pude vislumbrar senão num breve episódio da viagem para S. Petersburgo…na madrugada em que apanhei um comboio oriundo de um lugar longínquo, um comboio muito velho, com as luzes apagadas, de ambiente carregado, apinhado de gente, donde a camarata que me foi designada estava já habitada por dois homens enormes que dormiam nas suas “prateleiras”, semi-nus, a exalar um cheiro forte a transpiração…a camarata fervia…e foram cerca de 8hras de trajecto na penumbra da noite…senti-me na guerra, fugida de alguma zona de conflito!
Cinco anos passados, e voltei com o único propósito de ir ao encontro do Czar Camponov…que fui encontrar em perfeita harmonia e entrega ao seu destino! A sua única queixa é o ar quente e viciado do seu gabinete :)
As aventuras resumiram-se a Moscovo, pois em Novomoskovsk foi trabalho e descanso, e para mim apenas descanso! E um trambolhão no chão gelado!
A Praça Vermelha conserva em si uma curiosidade…quem está de frente para a Catedral de São Basílio, encontra do seu lado esquerdo o Gum, um requintadíssimo centro comercial (onde estão representadas maioritariamente marcas acessíveis apenas aos bolsos dos milionários…), um símbolo do capitalismo mesmo diante do Mausoléu de Lenine, que se situa do outro lado da praça…é a coexistência pacífica de dois mundos aparentemente antagónicos, e o reflexo da realidade dicotómica na qual está actualmente mergulhada a Mãe Rússia.
Para além da famosa praça, o Kremlin (só de fora!) e a Catedral de Cristo Salvador, foram passagens obrigatórias. Nesta última tivemos o privilégio de assistir à missa ortodoxa e à beleza inarrável do seu interior…uma espécie de Capela Sistina! No caminho deparámo-nos com um grupo de “noivas de Stº António” que, ignorando o frio glaciar, tiravam entusiasticamente fotografias junto de umas árvores metálicas feitas de cadeados com insígnias de casais.
Se desta vez pude desfrutar da Rússia do meu imaginário, não foi possível no entanto fazer passeios demorados pela imponente capital pois a neve e as temperaturas negativas (que até rondavam uns generosos -2), eram nossas inimigas assumidas. Em contrapartida, ficámos bem instalados num pequeno hostel de localização impossível (só mesmo com ajuda de detective!), situado numa zona rodeada de igrejas, onde a cada direcção que olhássemos podíamos ver as cúpulas douradas.
O único momento horribilis vivido foi na 6ºf, 13 (curioso!), chegados a um outro hostel, que se por um lado se localizava em plena Arbatskaya – uma rua pedonal repleta de lojas, cafés e restaurantes, com um muro de graffitis, grupos de hippies, turistas, em suma, a Rua Augusta da baixa lisboeta, ou a Rua de Stª Catarina no Porto –, pecava, pelo outro, pela imundice dos quartos, do WC misto, onde o lavatório era duplamente para lavar as mãos e a loiça suja proveniente da cozinha pestilenta e oleosa…O quarto que nos foi atribuído tinha o bónus de não 1 mas 2 fogões!!! e um lavatório infecto, e um balde do lixo…(com lixo!), somando-se a tudo isso um odor a cozinhados gordurosos, que se misturava com o cheiro a diluente, pois que estavam em renovações…do lado de fora…
Mas tudo acabou em bem…a operação lublu foi um sucesso:) "