quinta-feira, 25 de junho de 2009

o meu Michael


escrevo de olhos embaciados,
meu idolo desde que me lembro, desde muito cedo, desde sempre. Eu cresci com ele.
É o meu numero um, é o numero um. Não houve igual na história da musica, da dança, do espetaculo. A sua genialidade é inantigivel, ele pertence a outra dimensão. Maior artista de todos os tempos.
Serve-me de consolo ter estado em alvalade com 10 anos, com o bilhete que guardo religiosamente, serve de consolo ter vivido na sua era.
Parou o coração do Rei. Partiu sem se despedir. A lenda nunca morrera'.

Echarpe

gostava de ir preparado para o que vou apanhar em Portugal daqui a 3 semanas.
tenho particular interesse em saber se vou apanhar pessoas do sexo masculino de esharpe.
alguem me pode informar se essa moda (rrredicula) já passou?
obrigado!

sábado, 20 de junho de 2009

casados de fresco

muitas felicidades para o casal costa montana. pena minha não poder estar aí.

bêbados

já tinha dito que na rep checa havia muitos bebados?

Bicicletas

estou na holanda. e ainda bem, já estava farto da r. checa, não é que estivesse mal mas já estava tudo visto e andava sozinhito por lá, valeram as visitas da ju, do fuckerol e dos papis, só mimo.
a holanda seduz-me, os bairros com as casas todas iguais em tijolo escuro com um pequeno pátio, a funcionalidade dos transportes, a organização levada ao limite (para mim excede um pouco), a simpatia e humor dos holandeses, a multiculturalidade, os parques urbanos, os pastos de vacas, a qualidade e condições de vida sem diferenças sociais, a aceitação da excentricidade, a vanguarda da arquitectura, das politicas e da mentalidade, e as bicicletas. Aqui as bicicletas reinam, as cidades são feitas a pensar nas bicicletas em primeiro lugar e a adesão a este transporte é esmagadora. As pessoas usam a bicicleta par ir para o trabalho, os pais para passear os bébés, os estudantes para ir a ecola, usam-na para praticar desporto, para ir às compras. O tráfego aqui é de bicicletas, não admira que não se vejam pessoas gordas. De carro só andam os turcos, de janela aberta e a musica a bombar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Visão Contacto - Aculturação

Todos os contacteantes têm de escrever um artigo para a revista Visão Contacto, a mim calhou o tema aculturação. Fiquem com o texto,

Filho adoptivo da mãe Russia.
Desde que me lembro de olhar o mapa do mundo, a Rússia, além de o dominar, sempre me transmitiu um silêncio profundo e uma certa sensação de medo. Na minha cabeça, a imagem de uma Rússia formada através dos média, um monstro de guerras, crispações politicas, uma democracia pouco livre, a máfia, mendigos na rua, milionários a jogarem dinheiro fora, ou o retrato dos filmes do James Bond com agentes maléficos do KGB, bandidos impiedosos, mulheres vorazes, guarda-costas durões, cientistas chanfrados…
A minha inquietação começou ainda em Portugal, à minha espera um cenário destes e um alfabeto muito diferente do que havia aprendido em cadernos de duas linhas. Fácil, foi só mesmo perspectivar o quão penosa iria ser a minha adaptação, tão penosa como o longo, demasiado longo e castigador inverno russo.
Ainda antes de partir, lembro-me de ter publicado no facebook, “Rússia, I am hot enough to melt your snow!”. Ao aterrar na imponente Moscovo, cedo me apercebi que este «chegar, ver e vencer» romano não era adequado a um país de cultura tão abastada, personalidade tão vincada e a uma história de perder a memória. Humildemente arrefeci o temperamento, enfiei a carapuça e aprendi a caminhar nas manhas do solo gelado.
Esta foi a minha forma de sobreviver na Rússia, adaptando-me, aceitando as diferenças, tentando percebê-los, mas nunca afogando a minha personalidade. Afinal, o meu temperamento nunca baixou dos 0ºC, a carapuça era apenas um gorro para me aquecer e a caminhada tinha ginga de portuga. Também era assim que eles me aceitavam, na diferença e no respeito, sendo que a nossa relação foi muito além do mútuo respeito, houve empatia, amizade, afeição, e nisso teve muita culpa a curiosidade russa.
Em Novomoskovsk onde eu morava, a 300kms de Moscovo, numa Rússia pobre e profunda, os portugueses eram o tema de conversa da aldeia, um estrangeiro era coisa rara naquelas bandas, eu sentia-me observado mas sem hostilidade, para eles eu era uma boa fonte de informação sobre o exterior, abordavam-me e aproveitavam para fazer perguntas, muitas perguntas de Portugal e na conversa, entre gargalhadas e barreiras da língua, interessava-lhes também a minha opinião sobre a Rússia. A minha resposta era ponderada e ao encontro do que eles queriam ouvir, pois não há coisa pior, para este povo nacionalista, do que maltratar a própria pátria. O povo russo é muito emocional, de sentimentos extremados, e deles eu preferia o amor ao ódio.
Sentia que a evolução da minha integração esbarrava na comunicação, o inglês era capricho das gentes endinheiradas de Moscovo e de um ou outro iluminado. Foi então que me empenhei em aprender a língua de Tolstoi. Estudava à noite em casa e, no autocarro, à ida para a fábrica massacrava o paciente Alexander – o meu mestre russo improvisado que arranhava um inglês tosco. Ele não se importava com as aulas grátis, aliás, tinha aquele feitio russo sempre pronto a ajudar. À medida que o meu russo evoluía as coisas ficavam mais fáceis e as relações aprofundavam-se. Quando comecei a trocar um “Hi!” por um “Priviet!”, eles apreciaram a dedicação, e quando comecei a construir frases e até pequenas conversas, era como se me abrissem os braços da adopção. No ginásio, aqueles que, ao princípio, me pareciam bestas de coração de aço, quando comecei a soltar vocábulos em russo, desfaziam-se em simpatia, e essa é uma característica bem russa, por detrás de uma expressão rígida e fria está um carácter humano e caloroso.
Aos poucos, os meus fantasmas dissipavam-se e eram substituídos por experiências gratificantes. Só mesmo a pasmaceira própria de uma vila (que parece aldeia) e o clima se armavam em desmancha-prazeres e testavam a minha resistência. O antídoto contra a pasmaceira era os fins-de-semana, quase sempre, passados em Moscovo, autênticas lufadas do progresso europeu.
Agora estou na República Checa e daqui a uma semana vou para a Holanda, aos poucos sinto-me a ir para casa, porém, com mais bagagem para compreender as pessoas e o mundo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Portugal

Isto de estar longe obriga-me inconscientemente a estabelecer constantemente comparações com Portugal: Em Portugal não é assim, em Portugal é isto, em Portugal não há isto, lá temos isto que cá não há, os Portugueses são mais coiso...
E isto de estar longe e viver numa realidade diferente proporciona-nos uma outra visão sobre o nosso país, que não teriamos de maneira tão clara se estivessemos envolvidos no quotidiano portugês, é como subir ao 2º andar e ver lá de cima as coisas a passarem-se.
Um destes dias, dei por mim a reflectir sobre um monte de coisas que poderiam ser melhoradas em Portugal, e anotei-as por pontos que vou transcrever:
-Devia explorar exponecialmente mais o turismo, projectá-lo mais e mais. Só a Madeira e o Algarve têm notoriedade lá fora. E quando passeio por cidades europeias turisticamente sobre-exploradas e as comparo com Portugal, por vezes apetece-me puxar pela camisola a esses turistas e sugerir "devias ir a Ptgal, Lisboa, Porto, Sintra, Costa Vicentina, Algarve, Açores, etc... ias dar o teu tempo por bem entregue, não tem a beleza clássica da europa central, mas tem o clima, as praias, as paisagens, a comida, o estilo de vida, o bairrismo, a simpatia. Vai lá e depois diz."
-Queixamo-nos por tudo e por nada. Não temos tudo, mas temos tanta coisa, deviamos deixar o provincionalismo de país pequenos e apreciar.
-Organização. é coisa que não sabemos sequer o que é, quanto mais aplica-la. tem piada o jeitinho latino, o desenrascanso, mas em cima duma estrutura organizada e não como base.
-Esperamos que o estado resolva tudo e nao participamos, não há responsabilidade civil.
-Transportes publicos. Venham eles!
-No trabalho, o que importa é a quantidade de horas que está no escritório, "Trabalha muito, ficou até às 21h". Nao importa qtas pausas para cigarro e café fez. Na Europa Central e do Norte é sinonimo de incompetencia.